A chegada da Aira nos trouxe grandes mudanças de vida, desde o momento em que soubemos que ela estava habitando o útero da Mãecela.
Para ter-se uma ideia da escala de mudanças sobre a qual estamos falando, quando soubemos que estávamos grávidos nós estávamos vivendo e trabalhando no México, com planos para lá permanecer por alguns anos; e quando a Aira nasceu estávamos no Brasil, em Belo Horizonte.
Neste período, começamos a ler, e a absorver como duas esponjas, tudo o que podíamos sobre gestação, empoderamento feminino (e masculino), parto natural humanizado, violência obstétrica, maternagem, amamentação sob livre demanda, plano amigável de vacinação, criação com apego, comunicação não violenta, encontro com a própria sombra, exterogestação, etc etc etc.
Estamos aprendendo muito. Um mundo completamente novo se abriu diante de nossos olhos e nos levou a várias reflexões sobre nosso próprio parto, nossa infância, nosso relacionamento com nossos pais.
Mais “fácil”, talvez, seria deixar rolar, não refletir muito, fazer o que se faz normalmente, por falta de tempo, por falta de informação, ou por falta de qualquer outra coisa.
Mas nós não somos normais, somos Os Antípodas. Ser diferente representa um esforço extra, pois requer estudos, preparação e, consequentemente, tempo. Além disso, ao ser diferente, você deve saber que, em algum momento, alguém irá te questionar sobre isso (às vezes com interesse e amor, e às vezes com agressividade e desprezo), e cabe a você não deixar seu ego crescer, nem sair do seu centro de equilíbrio. É um desafio, mas é, igualmente, uma grande oportunidade de aprender.
*Falando sobre tempo, os indígenas Xavantes se referem ao homem branco como “Warazu”, que significa, literalmente, Homem Sem Tempo.
*Falando sobre indígenas, o nome Aira vem do idioma tupi-guarani, e significa “Filha”.
Quando tivermos mais tempo =D, iremos escrevendo sobre nossa experiência de ser papais aqui no Blog.