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  • Alan Mortean

Fronteiras inventadas

Atualizado: 8 de abr. de 2020


Projeto Ciclos – Diário de bordo 29

Em nossos últimos dias em Copacabana, na Bolívia, furtaram o tablet de nossa amiga Dorothy em um hostel; isso fez com que ela e Frank decidissem adiantar sua viagem e vir conosco até Cusco, num trajeto de quase 600 km que faríamos em dois dias. Estávamos pertinho da fronteira com o Peru, e a passagem de um país para o outro foi tranquila, nem olharam o carro por dentro. Na aduana peruana demoramos um pouco, pois tivemos que esperar o fiscal terminar de tomar café-da-manhã na rua. Ele nos informou que deveríamos fazer um seguro obrigatório contra acidentes de trânsito, pois seria um documento requisitado pela polícia caso nos parassem na estrada. Fizemos este documento numa cidade grande por onde passamos no caminho, e gastamos aproximadamente 30 nuevos soles (uns 33 reais). Na primeira noite dormimos no carro, no estacionamento de uma hospedagem onde ficaram nossos amigos.

No outro dia tomamos um delicioso café-da-manhã cheio de variedade na beira da estrada, no estilo picnic. Chegamos à turística Cusco ainda com a luz do dia, deixamos o carro num estacionamento e dormimos num hostel barato (20 nuevos soles por pessoa) que um amigo argentino nos havia recomendado. Nosso objetivo no outro dia era rodar a cidade buscando hospedagem para Mariana e Simão, irmã e cunhado de Marcela, que nos visitariam em breve. Numa pausa nas buscas, almoçamos arroz com ovo no mercado San Pedro, por apenas 4 nuevos soles por pessoa (eu comi dois).

Os próximos dias passamos conhecendo um pouco uma região que está ao lado de cusco, chamada Valle Sagrado de los Incas, onde estão várias ruínas incas e pequenos povoados, ao redor do rio Vilcanota. Com Dorothy e Frank, nossos companheiros de viagem, visitamos uma grande feira de artesanato em Pisaq, e as termas de Machacancha, perto do povoado de Calca. Depois passamos três noites num povoado chamado Yanahuara, perto da conhecida Ollantaytambo; lá estivemos na casa de Janneke e Jhon fazendo um trabalho voluntário (Workaway ). Eles têm um espaço onde estão começando um projeto espiritual utilizando plantas sagradas, chamadas San Pedro e Ayahuaska. Lá, preparamos um canteiro para que possam plantar no futuro e fizemos uma escada com pedras que dá acesso a uma parte mais alta do terreno . Não ficamos mais dias porque fazia frio e não havia banho quente, o que é um grande problema pra Marcela.

Assim, saímos de Yanahuara e passamos uma noite no povoado de Chinchero, onde encontramos um posto de gasolina com banho quente, e acesso à internet. Lá, dormimos no carro, em frente à polícia, e no outro dia seguimos a Cusco, já na expectativa de receber a irmã de Marcela, Mariana, que iria passar dez dias viajando conosco pela região. Em Cusco, paramos o carro no centro, que estava cheio de pessoas e outros carros, e vimos, lentamente, a rua ir se esvaziando até que ficou somente nosso carro parado, na madrugada. Estávamos em frente a um hotel e nos sentindo protegidos. Assim, dormimos, ansiosos para chegar o próximo dia e nós irmos receber nossa visitante ilustre no aeroporto.

Cruzar a fronteira entre a Bolívia e o Peru me fez lembrar que as fronteiras foram inventadas, junto com os países, o seja, não existiam naturalmente. As pessoas, a comida e a cultura são muito parecidas entre os dois países, pelo menos nesta região.

Vamo que vamo!!

Informações da viagem

Trajeto

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