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  • Alan e Marcela Mortean

Chajarí fechando ciclos

Atualizado: 7 de abr. de 2020


- Conhecendo a Argentina

A pequena cidade de Chajarí, 500km ao norte de Buenos Aires, conta com 40 mil habitantes, que produzem quase 40 mil toneladas de resíduos diariamente. Todo esse resíduo é coletado nas casas e estabelecimentos comerciais e é enviado à Planta de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (PTRSU), administrada pela prefeitura.

Lá os resíduos caem numa esteira, onde vários trabalhadores fazem uma separação manual deles: papel, plástico, metais, vidro, rejeitos (não recicláveis), etc... Os orgânicos permanecem na esteira até caírem em um tanque, depois são levados para a zona de compostagem, e depois ao minhocário, transformando-se num rico húmus. Ele é utilizado como matéria-prima num viveiro, que produz mudas de árvores que são plantadas na cidade, e mudas para hortas. Os resíduos recicláveis são prensados, estocados e vendidos a indústrias. Os rejeitos (sacolinhas de supermercado, embalagens de salgadinho, fraldas descartáveis, papéis engordurados...) vão para o aterro sanitário. Tudo isso faz parte da PTRSU.

Além disso, a PTRSU:

- possui uma câmara fria para armazenamento temporário de resíduos de serviços de saúde, antes de serem encaminhados para tratamento final;

- recebe pilhas e baterias, resíduos eletroeletrônicos (celulares, TVs, computadores...) e os classifica, desmonta e envia para empresas que reciclam;

- possui uma máquina picadora de pneu (produzida na cidade) para seu posterior reuso na produção de asfalto, como feito em alguns lugares do Brasil;

- tem um galpão para armazenamento temporário de recipientes de agrotóxicos;

- conta com uma pequena planta de produção de biodiesel a partir de óleo usado, coletado de casas e restaurantes da cidade, que auxilia no abastecimento da frota da PTRSU;

- tem um aterro de inertes, para resíduos de construção e demolição.

Toda essa infraestrutura está numa mesma área, a 1km de um bairro com casas. Um exemplo de organização e responsabilidade pelos resíduos gerados, fechando ciclos. Não há mal cheiro, e o ambiente lembra o de uma indústria, com pessoas, carros e caminhões entrando e saindo, cada um cumprindo sua função.

O plano da prefeitura é transformar o entorno num bairro residencial, o que é totalmente viável, já que aqui não deve rolar a síndrome "NIMB" (Not In My Backyard, não no meu quintal, em português), uma síndrome de rejeição típica de entornos de novos aterros sanitários.

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