No dia 27 de fevereiro oficializamos um casamento que, na verdade, já existe desde janeiro de 2013, há 2 anos, quando começamos a dividir o mesmo teto.
O texto a seguir é uma adaptação da carta que escrevemos juntos e que lemos durante o jantar que fizemos apenas para nossos núcleos familiares (pais, irmãos e irmãs), e um representante dos amigos. Foi a oportunidade para nossos familiares, que ainda não haviam se encontrado, se conhecerem. Boa leitura!
Agradecimentos
Aos pais, que marcam o início de nossas vidas atuais, e que tem nos apoiado, apesar de não concordarem ou não entenderem nossas escolhas. Isso é uma manifestação de amor.
Aos familiares, que se programaram e se esforçaram para sair de suas cidades e de sua rotina, trazendo uma receita de vitamina B12 (irmão do Alan), trazendo a prole (irmão do Alan), viajando quase mil quilômetros para participarem de nossa oficialização (família da Marcela).
Também não podemos deixar de agradecer a presença ilustre do Dálmata, o policial do futuro, e da Ju, os amigos escolhidos para representarem todos os outros. Gostaríamos de lembrar também do Zé e da Carol, que nos uniram lá em Cuba, mesmo que o combinado fosse do Alan ficar com a Carine, não com a Marcela. Mojito vai, mojito vem, reggaeton vai, reggaeton vem... e nós acabamos ficando, em janeiro de 2012. Durante o mesmo ano ainda nos encontramos mais algumas vezes, até que a Marcela foi para o TIBÁ em janeiro de 2013, o que causou muita admiração ao Alan, pela coragem que ela teve para mudar de vida.
Sentimento
Já estamos vivendo juntos por pouco mais de 2 anos. O que era uma atração carnal tem se transformado (e vai se transformando) em uma atração espiritual. Pensamos parecido, compartilhamos objetivos de vida, e nos chamamos de “irmão”. Juntos, vamos mais longe. Juntos nós aprendemos, ganhamos experiências de vida, treinamos e desenvolvemos nosso des-apego, pois a Marcela não é do Alan, nem o Alan é da Marcela.
Marcela em uma palavra (por Alan): coragem.
Alan em uma palavra (por Marcela): simplicidade.
Alianças
As alianças são o símbolo de nossa “aliança”, do laço que nos une. Sua origem se deu provavelmente na cultura hindu, na Índia, e foi trazida para o Ocidente pelos romanos, que acreditavam que, no quarto dedo da mão esquerda, passava uma veia que estava ligada diretamente ao coração. No início, a aliança era um certificado de propriedade da noiva. Hoje ela simboliza a união afetiva de duas pessoas.
Futuro
Teve um cara que viveu de 1907 a 1987 que disse “Devemos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos para poder viver a vida que nos espera.” – Joseph Campbell, estudioso de religiões estadunidense.
Para nós, a saúde é a maior dádiva de nossas vidas e por isso cuidamos dela com muito carinho. Acreditamos e praticamos a alimentação saudável (o que é mais fácil quando não estamos com nossa família hahah), acreditamos na importância da prática de exercícios físicos e na prática da meditação, embora ainda nos falte disciplina.
Mas... E o futuro? Seguimos nossa intuição, nosso coração e nossas convicções para trilharmos nossos caminhos. Temos um estilo de vida diferente, mas isso não implica que sejamos loucos ou irresponsáveis.
Não temos medo do trabalho e nem vergonha se a vida nos colocar diante de um trabalho que, para o senso comum, é pequeno. Nosso objetivo é ter uma vida para viver, não é ter uma vida para ganhar dinheiro.
Quanto menos coisas necessitarmos para vivermos, com alegria, menos preocupações e menos medos de perdermos as “coisas” teremos. No TIBÁ vimos que é possível conciliar uma vida simples e feliz. É por esse caminho que iremos. E, claro, se precisarmos de ajuda, pediremos apoio a vocês (núcleos familiares), que são nossos portos seguros (e se acontecer um colapso econômico mundial, todos serão bem vindos ao lugar onde estivermos vivendo e plantando nossa comida). :)
Se nossas escolhas lhes causam medo ou insegurança, essa pode ser uma ótima oportunidade de todos nós evoluirmos, aprendendo a lidar com esses sentimentos.
Agora é hora de viver a vida que nos espera.
O jantar
Os princípios que guiaram nossas escolhas para o jantar foram: simplicidade, alimentação equilibrada, inclusiva e vegana, e uma dose homeopática de sustentabilidade. Assim, no jantar haverá arroz integral e feijão, salada de folhas e salada de legumes. Há carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais. As gorduras ficam por conta dos petiscos. Um outro detalhe é que não há copos descartáveis, que apenas contribuem com geração de lixo.
Vamos a comer hermanos!!!
Figura 1: preparativos
Figura 2: de frente com o juiz
Figura 3: depois da oficialização, o veículo escolhido para irmos embora do cartório foi...
Figura 4: preparar, apontar...
Figura 5: ...fogo!
Figura 6: os pais
Figura 7: a bicicleta não podia faltar no casamento