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  • Foto do escritorOs Antípodas

Banheirárvore

Existe amor à primeira vista.

Levante a mão quem aqui já escutou falar sobre banheiros secos! Agora levante a mão quem já usou um banheiro seco.

Eu!



Conheci um banheiro seco pela primeira vez em 2011, no México (depois de passar cinco anos estudando engenharia ambiental, na USP...). Era meu primeiro dia de voluntário na ONG/empresa Sarar Transformación, e fiz um tour pelo Centro Demonstrativo de Ecotécnicas com a que hoje é minha amiga Fabi, que foi me explicando tudo. Eu ia absorvendo cada detalhe, me impressionando com todas aquelas tecnologias naturais, coroadas com a explicação da diferença entre o saneamento convencional e o saneamento ecológico. Aquela ideia de “fechar o ciclo de nutrientes” caiu como uma luva pra mim, e eu me perguntei “Por que eu não aprendi isso antes? ”. Me apaixonei à primeira vista pelo saneamento ecológico.

Entre as ecotecnologias apresentadas, estavam dois banheiros secos: um banheiro seco de uma câmara com desvio de urina, e um Banheirárvore (Arbor Loo em inglês, Sanihuerto em espanhol).

Os banheiros secos, como o próprio nome indica, não utilizam água em seu funcionamento. Pelo contrário, normalmente o que fazem é secar as fezes, ou, ao menos, compostar as fezes e a urina. Para isso, utiliza-se um material secante, que pode ser serragem, cinza, terra preta seca e peneirada, folhas secas cortadas bem finas, etc.

Assim, como não há água, a “descarga” é feita colocando-se o material secante sobre as fezes e sobre a urina. Cobrir e secar as fezes evita que elas tenham mal cheiro e atraiam moscas. Deste modo, podemos ter um banheiro limpo e higiênico.

Além de não utilizar água, o banheiro seco nos possibilita uma reconexão com os fluxos naturais de uma maneira bastante poética, transformando merda em adubo para plantas. Para isso, a mistura de material secante e fezes (e urina) deve ficar em repouso por um ano antes de ser utilizada com segurança, segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde.

O Banheirárvore é um banheiro seco desenvolvido por um pesquisador do Zimbábue, originalmente batizado de Arbor Loo. Sua ideia é simples, flexível e eficiente, consistindo num buraco pouco profundo no chão, sobre o qual é colocada uma casinha feita com materiais locais (pode ser madeira, bambu, telhas de metal, etc). A casinha deve ser leve, pois quando o buraco se enche, ela é transportada para um novo ponto, e uma árvore é plantada no lugar antigo.



No vídeo a seguir, mostramos o Banheirárvore mexicano, e alguns de seus detalhes.

Bom vídeo. E quem quiser, deixe seu comentário.


Mais informações:

Toilets that make compost - livro de Peter Morga, o criador do Arbor Loo, ou banheirárvore (em inglês): http://www.ecosanres.org/pdf_files/ToiletsThatMakeCompost.pdf


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